sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Aquecimento Global ou Nova Era Glacial

Mais uma entrevista de Luiz Carlos Molion ao Jornal de Londrina.

Pesquisador alerta para uma nova era glacial

Luiz Carlos Molion diz também que CO2 não polui o ambiente, mas defende preservação

Na contramão da teoria do aquecimento global, o pesquisador da Universidade Federal de Alagoas, Luiz Carlos Baldiceri Molion, defende que a Terra está entrando em uma nova era glacial, que o CO2 não é poluente e que a ação do homem nada interfere no clima global. Mas alerta: a preservação do meio ambiente é fundamental para a sobrevivência do homem no Planeta.

Pós-doutor em meteorologia formado na Inglaterra e nos Estados Unidos, membro do Instituto de Estudos Avançados de Berlim e representante da América Latina na Organização Meteorológica Mundial, Molion afirma que suas colocações são fundadas em dados científicos.

“O esfriamento-aquecimento se repete a cada 25-30 anos, perfazendo um período da ordem de 60 anos, aproximadamente. Tempo suficientemente longo para as pessoas perderem a memória do que já aconteceu”, afirma. No início deste mês, Molion fez palestra na Universidade Estadual de Londrina (UEL) e falou com a reportagem do JL.

JL – O aquecimento global não está ocorrendo?

Luiz Carlos Molion – O aquecimento global que é amplamente mencionado na mídia não está ocorrendo e não tem base científica sólida (...) Dados disponíveis nos últimos 10 anos, de períodos anteriores, mostram que existe uma probabilidade muito maior de haver um resfriamento global nos próximos 25 anos.

Como se explica esse processo de resfriamento?

Em resumo, o Sol está entrando no mínimo de atividade, que ocorre a cada 90 anos. Já aconteceu no início do século 19, entre 1790 e 1820; no início do século 20, entre 1910 e 1920; e agora no início do século 21 o Sol está entrando novamente no mínimo de atividade e com isso produz menos energia. Nós não sabemos ainda qual impacto isso vai ter, porque é a primeira vez, desde que temos satélites e toda parafernália espacial, que o Sol está entrando no seu mínimo de atividade.

Essa é a única causa de um possível resfriamento da Terra?

O segundo ponto é que o Oceano Pacífico está esfriando. Dados passados mostram que a última vez que isso ocorreu, entre 1947 e 1976, causou o resfriamento global e teve uma diminuição da temperatura bastante acentuada nas regiões fora dos Trópicos (...) manifestando-se particularmente por frequência maior de geadas e massas de ar polar. O ciclo do café em Londrina acabou em 1975 com essa geada, resultado do resfriamento do Pacífico. Em 1977 começou a aquecer de novo o Pacífico e esse aquecimento terminou em 1998. A partir de 1999 dados dos oceanos e da alta atmosfera mostram que estamos gradualmente indo para um período mais frio.

Então, podemos dizer que essa variação de temperatura é cíclica?

Não é cíclico porque implicaria em um período de retorno exato, é repetitivo. O esfriamento-aquecimento se repete a cada 25-30 anos, perfazendo um período da ordem de 60 anos, aproximadamente. Tempo suficientemente longo para as pessoas perderem a memória do que já aconteceu.

Os períodos frios ocorrem de quanto em quanto tempo?

A Terra passou por períodos frios no último um milhão de anos, foi submetida a nove glaciações. Cada era glacial dura cerca de cem mil anos. Então, em 90% de um milhão de anos, nós vivemos com clima mais frio do que hoje. Interrompendo essas eras glaciais, existem períodos mais quentes, chamados interglaciais, que duram entre 10 e 12 mil anos. Neste interglacial que estamos vivendo, estima-se que começou há 15 mil anos, portanto, nós já estamos jogando a prorrogação. É possível que nós já estejamos dentro de uma nova era glacial, só que vai levar 100 mil anos para a temperatura cair 8, 10 graus, não cai instantaneamente.

Como esse resfriamento vai se manifestar?

Vai se manifestar por uma frequência maior de geadas severas. Há plantios que precisam de frio, mas se ocorrer em estágio errado da planta, daí não produz nada – vide os argentinos que perderam 40% trigo na safra passada. Com geadas tardias, em outubro, novembro; primaveras mais turbulentas com maior intensidade de chuvas intensas, granizos, tornados e tempestades elétricas. Podemos ter uma redução de até 20% no número de dias com chuva durante o período seco, os períodos secos tendem a ficar mais secos.

Como explicar as geleiras derretendo? É um processo natural?

É natural e o derretimento é por baixo. São as correntes marinhas que levam mais calor e derrete o gelo flutuante que não aumenta o nível do mar. Nós não sabemos ao certo, temos medidas feitas por satélites, navios e bóias que mostram que as correntes estiveram mais ativas levando mais calor a partir de 1995, 1997. Então a água do oceano entra um pouco mais quente por baixo do gelo e vai derretendo. Isso pode estar ligado a um ciclo lunar de aproximadamente 19 anos – que não é ensinado na escola provavelmente de propósito – que mexe nas correntes marinhas e destrói muito o litoral. O ciclo da Lua teve seu máximo em 2005, 2006, e agora está retornando para o mínimo. Daqui mais 19 anos vai se repetir isso também. (...) Os dados mostraram que, nesse período começando em 1994 e 1995, as correntes marítimas que estavam entrando no Ártico estavam levando mais calor. Agora felizmente atingiu o máximo de degelo, em 2007; em 2008 já foi menor a área que derreteu e em 2009 já está melhor do que em 2005. Então agora a cobertura de gelo deve aumentar nos próximos anos. Isso no Ártico, porque na Antártida a medida de gelo está aumentando há 50 anos.

O fato de o Planeta estar passando por um resfriamento é uma notícia melhor do que a do aquecimento global?

É muito ruim porque a humanidade sempre se desenvolveu quando tivemos períodos de aquecimento. Vale lembrar que toda a historia da humanidade está registrada depois da última era glacial, que terminou há cerca de 12 mil anos. No resfriamento passado, entre 1947 e 1976, que foi crítico para a economia do Sul do País, com mudança radical na agricultura paranaense, o Sol estava em plena atividade. Mas provavelmente como ainda estava muito frio, não sabemos exatamente qual a causa disso, os oceanos estavam armazenando calor, o Sol estava bastante ativo. Agora este resfriamento do oceano que está sendo inibido desde 2002 e 2003 vai coincidir com este mínimo solar e pode ser que o resfriamento seja mais intenso do que foi entre 1947 e 1976.

Qual o papel do homem nas mudanças climáticas?

A mudança é global, então a interferência do homem é ínfima. O homem não influencia no clima global, mas tem influência no clima local. Ao transformar áreas – por exemplo, o que era Londrina 60, 70 anos atrás e o que é Londrina hoje – com desmatamento, urbanização, muda localmente o clima. Muda o microclima, mas não tem interferência na temperatura global e muito menos na chuva.

O que interfere?

Nós vivemos num planeta que tem 71% da sua superfície coberta por oceanos, então são os oceanos, juntamente com o Sol, que são os grandes controladores do clima global. O homem só interfere localmente, o homem tem grande poder de destruição local.

A interferência local não tem impacto na mudança global?

Não porque a superfície da Terra é constituída por 71% de oceanos e 29% de continentes. Desses 29%, 15% é constituído de desertos e geleiras. Então, metade dessa área continental é coberta de gelo e areia. Sobram 14%, dos quais 7%, felizmente, ainda é coberto por florestas nativas. Assim, o homem manipula apenas 7% da superfície global terrestre contra 71% de oceanos. Então, os oceanos são realmente os grandes controladores do clima. Os oceanos têm capacidade de estocar muito calor e dessa forma amenizar qualquer mudança rápida que viria a ocorrer. Então, localmente, sim, o homem tem grande capacidade de transformação do meio ambiente. Mas isso não chega a afetar o clima global.

Mas a necessidade de preservação do meio ambiente é inquestionável, certo?

Outro ponto importantíssimo é que não se deve confundir mudanças climáticas com conservação ambiental. A conservação é necessária para que a humanidade possa sobreviver. Mas isso é independente de aquecer ou esfriar. Então, a conservação ambiental é extremamente importante, qualquer coisa que venha a ser feita em termos de mudança de hábito do consumo, de energia, de matérias primas, evitar poluição.

O senhor afirma que é preciso evitar poluição, mas não CO2. Por que?

CO2 não é poluição. CO2 é o gás da vida. As plantas produzem seu alimento retirando o CO2 do ar e em presença de luz e água fazem fotossíntese. Essa imagem que está sendo vendida na mídia de que o CO2 é o grande vilão está totalmente errada. Quando você queima combustível fóssil como petróleo, carvão, está liberando dióxido de enxofre. Esse sim é poluente porque combina com a umidade do ar e produz gotículas de ácido sulfúrico, que uma vez inaladas, são muito ruins para vegetação e seres humanos.

Emissão de C02 não tem nenhuma relação com alteração climática, então?

CO2 não comanda o clima, essa idéia é totalmente errada. É claro que se não existe base científica que demonstre que está havendo aquecimento e que o CO2 seria a causa, então há outros interesses. Certamente esse assunto deixou de ser científico e virou meramente um assunto político e econômico. Provavelmente devam existir interesses por detrás, interesses complexos que a gente não sabe avaliar. Acho que só a história no futuro vai dizer.

Então o aquecimento global é uma orquestração dos países ricos?

É possível que isso seja algo comandado, principalmente, pelo G-7 (EUA, Alemanha, Canadá, França, Grã-Bretanha, Itália e Japão). São países falidos, que não têm recursos naturais, energéticos e estão perdendo uma hegemonia que tiveram durante mil anos. Parece que esses países não se sentem bem vendo países como Brasil, Rússia, Índia, China, despontando com tecnologia e, inquestionavelmente, quando você olha a geografia do mundo você vê que o Brasil têm grandes recursos naturais com um potencial enorme. Claro que não querem que isso aconteça.

Mas cientistas brasileiros também defendem a teoria do aquecimento global. Qual o interesse?

Alguns falam [em aquecimento global] por ignorância. Hoje todos entendem e falam sobre clima, ou pensam que entendem, mas tem muitos indivíduos que são muito bem treinados academicamente (...) Sendo do lado do aquecimento, ganha-se um computador novo, R$ 50 milhões de dólares, recurso para pesquisas.

“Aquecimento global” é terrorismo climático

O Prof. Molion, citado na entrevista do Prof. João Corte Real, realizou conferências e regeu cursos de mestrado de Climatologia, em Portugal. Recentemente concedeu uma entrevista à revista brasileira ISTOÉ.

“Aquecimento global” é terrorismo climático

Pesquisador diz que tendência dos próximos anos é o esfriamento da Terra e que efeito estufa é tese manipulada pelos países ricos

Por RODRIGO RANGEL

O professor Luiz Carlos [Baldicero] Molion é daqueles cientistas que não temem nadar contra a corrente. Na Rio 92 (ou Eco92), quando o planeta discutia o aumento do buraco na camada de ozônio, ele defendeu que não havia motivo para tamanha preocupação. Numa conferência, peitou o badalado mexicano Mario Molina, mais tarde Nobel de Química, um dos primeiros a fazer o alerta. Agora, a guerra acadêmica de Molion tem outro nome: aquecimento global. Pós-doutor em meteorologia formado na Inglaterra e nos Estados Unidos, membro do Instituto de Estudos Avançados de Berlim e representante da América Latina na Organização Meteorológica Mundial, esse paulista de 61 anos defende com veemência a tese de que a temperatura do planeta não está subindo e que a ação do homem, com a emissão crescente de gás carbônico (CO2) e outros poluentes, nada tem a ver com o propalado aquecimento global. Boa notícia? Nem tanto, diz. Molion sustenta que está em marcha um processo de resfriamento do planeta. "Estamos entrando numa nova era glacial, o que para o Brasil poderá ser pior", pontifica. Para Molion, por trás da propagação catastrófica do aquecimento global há um movimento dos países ricos para frear o desenvolvimento dos emergentes. O professor ainda faz uma reclamação: diz que cientistas contrários à tese estão escanteados pelas fontes de financiamento de pesquisa.

ISTOÉ - Com base em que o sr. diz que não há aquecimento global?
Molion - É difícil dizer que o aquecimento é global. O Hemisfério Sul é diferente do Hemisfério Norte, e a partir disso é complicado pegar uma temperatura e falar em temperatura média global. Os dados dos 44 Estados contíguos dos EUA, que têm uma rede de medição bem mantida, mostram que nas décadas de 30 e 40 as temperaturas foram mais elevadas que agora. A maior divergência está no fato de quererem imputar esse aquecimento às atividades humanas, particularmente à queima de combustíveis fósseis, como petróleo e carvão, e à agricultura, atrás da agropecuária, que libera metano. Quando a gente olha a série temporal de 150 anos usada pelos defensores da tese do aquecimento, vê claramente que houve um período, entre 1925 e 1946, em que a temperatura média global sofreu um aumento de cerca de 0,4 grau centígrado. Aí a pergunta é: esse aquecimento foi devido ao CO2? Como, se nessa época o homem liberava para a atmosfera menos de 10% do que libera hoje? Depois, no pós-guerra, quando a atividade industrial aumentou, e o consumo de petróleo também, houve uma queda nas temperaturas.

ISTOÉ - Qual seria a origem das variações de temperatura?
Molion - Há dez anos, descobriu-se que o Oceano Pacífico tem um modo muito singular na variação da sua temperatura. Me parece lógico que o Pacífico interfira no clima global. Primeiro, a atmosfera terrestre é aquecida por debaixo, ou seja, temos temperaturas mais altas aqui na superfície e à medida que você sobe a temperatura vai caindo - na altura em que voa um jato comercial, por exemplo, a temperatura externa chega a 45 ou 50 graus abaixo de zero. Ora, o Pacífico ocupa um terço da superfície terrestre. Juntando isso tudo, claro está que, se houver uma variação na temperatura da superfície do Pacífico, vai afetar o clima.

ISTOÉ - O IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática, da ONU) está errado?
Molion - O painel não leva em consideração todos os dados. Outra coisa que incomoda bastante, e que o Al Gore [exvice- presidente dos EUA e estrela do documentário Uma verdade inconveniente, sobre mudanças no clima] usa muito, é a concentração de CO2. O IPCC diz claramente que a concentração atingida em 2005, de 339 partes por milhão, ou ppm, foi a maior dos últimos 650 mil anos. Isso é uma coisa ridícula. Eles usam uma série iniciada em 1957 e não fazem menção a medições de concentração de gás carbônico anteriores. É como se nunca ninguém tivesse se preocupado com isso. O aumento de CO2 não é um fenômeno novo. Nos últimos 150 anos, já chegou a 550, 600 ppm. Como é que se jogam fora essas medidas? Só porque não interessam ao argumento? O leigo, quando vê a coisa da maneira que é apresentada, pensa que só começaram a medir nos últimos 50 anos. O Al Gore usou no filme a curva do CO2 lá embaixo há 650 mil anos e, agora, decolando. Ridículo, palhaço.

ISTOÉ - Esses temores são cíclicos?
Molion - Eu tenho fotos da capa da Time em 1945 que dizia: "O mundo está fervendo." Depois, em 1947, as manchetes diziam que estávamos indo para uma nova era glacial. Agora, de novo se fala em aquecimento. Não é que os eventos sejam cíclicos, porque existem muitos fatores que interferem no clima global. Sem exagero, eu digo que o clima da Terra é resultante de tudo o que ocorre no universo. Se a poeira de uma supernova que explodiu há 15 milhões de anos for densa e passar entre o Sol e a Terra, vai reduzir a entrada de radiação solar no sistema e mudar o clima. Esse ciclo de aquecimento muito provavelmente já terminou em 1998. Existem evidências, por medidas feitas via satélite e por cruzeiros de navio, de que o oceano Pacífico está se aquecendo fora dos trópicos - daí o derretimento das geleiras - e o Pacífico tropical está esfriando, o que significa que estamos entrando numa nova fase fria. Quando esfria é pior para nós.

ISTOÉ - Por que é pior?
Molion - Porque quando a atmosfera fica fria ela tem menor capacidade de reter umidade e aí chove menos. Eu gostaria que aquecesse realmente porque, durante o período quente, os totais pluviométricos foram maiores, enquanto de 1946 a 1976 a chuva no Brasil como um todo ficou reduzida.

ISTOÉ - No que isso pode interferir na vida do brasileiro?
Molion - As conseqüências para o Brasil são drásticas. O Sul e o Sudeste devem sofrer uma redução de chuvas da ordem de 10% a 20%, dependendo da região. Mas vai ter invernos em que a freqüência de massas de ar polar vai ser maior, provocando uma freqüência maior de geadas. A Amazônia vai ter uma redução de chuvas e, principalmente, a Amazônia oriental e o sul da Amazónia vão ter uma freqüência maior de seca, como foi a de 2005. O Nordeste vai sofrer redução de chuva. O que mais me preocupa é que, do ponto de vista da agricultura, as regiões sul do Maranhão, leste e sudeste do Pará, Tocantins e Piauí são as que apresentam sinais mais fortes. Essas regiões preocupam porque são a fronteira de expansão da soja brasileira. A precipitação vai reduzir e certamente vai haver redução de produtividade. Infelizmente, para o Brasil é pior do que seria se houvesse o aquecimento.

ISTOÉ - A quem interessaria o discurso do "aquecimento"?
Molion - Quando eu digo que muito provavelmente estamos num processo de resfriamento, eu faço por meio de dados. O IPCC, o nome já diz, é constituído de pessoas que são designadas por seus governos. Os representantes do G-7 não vão aleatoriamente. Vão defender os interesses de seus governos. No momento em que começa uma pressão desse tipo, eu digo que já vi esse filme antes, na época do discurso da destruição da camada de ozônio pelos CFCs, os compostos de clorofluorcarbonos. Os CFCs tinham perdido o direito de patente e haviam se tornado domínio público. Aí inventaram a história de que esses compostos estavam destruindo a camada de ozônio. Começou exatamente com a mesma fórmula de agora. Em 1987, sob liderança da Margaret Thatcher, fizeram uma reunião em Montreal de onde saiu um protocolo que obrigava os países subdesenvolvidos a eliminar os CFCs. O Brasil assinou. Depois, ficamos sabendo que assinou porque foi uma das condições impostas pelo FMI para renovar a dívida externa brasileira. É claro que o interesse por trás disso certamente não é conservacionista.

ISTOÉ - Mas reduzir a emissão de CFCs não foi uma medida importante?
Molion - O Al Gore no filme dele diz "nós resolvemos um problema muito crucial que foi a destruição da camada de ozônio". Como resolveram, se cientistas da época diziam que a camada de ozônio só se recuperaria depois de 2100? Na Eco 92, eu disse que se tratava de uma atitude neocolonialista. No colonialismo tradicional se colocam tropas para manter a ordem e o domínio. No neocolonialismo a dominação é pela tecnologia, pela economia e, agora, por um terrorismo climático como é esse aquecimento global. O fato é que agora a indústria, que está na Inglaterra, França, Alemanha, no Canadá, nos Estados Unidos, tem gases substitutos e cobra royalties de propriedade. E ninguém fala mais em problema na camada de ozônio, sendo que, na realidade, a previsão é de que agora em outubro o buraco será um dos maiores da história.

ISTOÉ - O sr. também vê interesses econômicos por trás do diagnóstico do aquecimento global?
Molion - É provável que existam interesses econômicos por detrás disso, uma vez que os países que dominam o IPCC são os mesmos países que já saíram beneficiados lá atrás. O aumento de CO2 não é novo. Nos últimos 150 anos, já atingiu 600 ppm. Mas o Al Gore usou a curva do CO2 de 650 mil anos atrás.

ISTOÉ - Não é teoria conspiratória concluir que há uma tentativa de frear o desenvolvimento dos países emergentes?
Molion - O que eu sei é que não há bases sólidas para afirmar que o homem seja responsável por esse aquecimento que, na minha opinião, já acabou. Em 1798, Thomas Malthus, inglês, defendeu que a população dos países pobres, à medida que crescesse, iria querer um nível de desenvolvimento humano mais adequado e iria concorrer pelos recursos naturais existentes. É possível que a velha teoria malthusiana esteja sendo ressuscitada e sendo imposta através do aquecimento global, porque agora querem que nós reduzamos o nosso consumo de petróleo, enquanto a sociedade americana, sozinha, consome um terço do que é produzido no mundo.

ISTOÉ - Para aceitar a tese do sr., é preciso admitir que há desonestidade dos cientistas que chancelam o diagnóstico do aquecimento global...
Molion - Eu digo que cientistas são honestos, mas hoje tem muito mais dinheiro nas pesquisas sobre clima para quem é favorável ao aquecimento global. Dinheiro que vem dos governos, que arrecadam impostos das indústrias que têm interesse no assunto. Muitos cientistas se prostituem, se vendem para ter os seus projetos aprovados. Dançam a mesma música que o IPCC toca.

ISTOÉ - O sr. se considera prejudicado por defender a linha oposta?
Molion - Na Eco 92, eu debati com o Mario Molina, que foi quem criou a hipótese de que os clorofluorcarbonos estariam destruindo o ozônio. Ele, em 1995, virou prêmio Nobel de Química. E o professor Molion ficou na geladeira. De 1992 a 1997 eu não fui mais convidado para nenhum evento internacional. Eu tinha US$ 50 mil que o Programa das Nações Unidas havia repassado para fazer uma pesquisa na Amazônia e esse dinheiro foi cancelado.

ISTOÉ - O cenário que o sr. traça inclui ou exclui o temor de cidades litorâneas serem tomadas pelo aumento do nível dos oceanos?
Molion - Também nesse aspecto, o que o IPCC diz não é verdade. É possível que, com o novo ciclo de resfriamento, o gelo da Groenlândia possa aumentar e pode ser até que haja uma ligeira diminuição do nível do mar.

ISTOÉ - Pela sua tese, seria o começo de uma nova era glacial?
Molion - Como já faz 15 mil anos que a última Era Glacial terminou, e os períodos interglaciais normalmente são de 12 mil anos, é provável que nós já estejamos dentro de uma nova era glacial. Obviamente a temperatura não cai linearmente, mas a tendência de longo prazo certamente é decrescer, o que é mau para o homem. Eu gostaria muito que houvesse realmente um aquecimento global, mas na realidade os dados nos mostram que, infelizmente, estamos caminhando para um resfriamento. Mas não precisa perder o sono, porque vai demorar uns 100 mil anos para chegar à temperatura mínima. E quem sabe, até lá, a gente não encontre as soluções para a humanidade.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Odeio horário de Verao

HORÁRIO DE VERÃO 2009
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou decreto em que institui datas fixas para o início e o fim do horário de verão, quando parte da população do país adianta o relógio em uma hora.

De acordo com o Decreto 6.558, o horário de verão começará a partir de zero hora do terceiro domingo de outubro de cada ano até zero hora do terceiro domingo de fevereiro do ano seguinte.

Se a data final do horário de verão coincidir com o domingo de carnaval, o prazo final será estendido para o domingo seguinte, conforme o decreto publicado hoje (9) no Diário Oficial da União.

O horário valerá para o Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal.

O horário de verão começa a vigorar este ano no dia 19 de outubro e vai até dia 15 de fevereiro de 2009.